Serpa é um dos concelhos
alentejanos que apresenta uma grande densidade de recintos de fossos. Em 2019,
no âmbito de mais uma reconversão agrícola, um novo recinto foi identificado e
intervencionado em duas sondagens, com o incompreensível hábito de não se pedir
um levantamento geofísico que, comprovadamente (que mais é preciso fazer e
publicar?), é fundamental para a delimitação deste tipo de sítios, para a sua
investigação e até para a sua divulgação pública. Desconhecemos, pois, as
características do desenho arquitectónico, dimensão e complexidade deste
recinto. Ainda assim, foi possível ter uma ideia do tipo de fossos presentes e
da cronologia genérica ocupação, que aponta para o Calcolítico (Pedrosa, 2019),
eventualmente primeira metade do 3º milénio a.C.. Trata-se do recinto de Rosal
1. Interessante é a sua proximidade a um hipogeu (Monte da Guarita 2) situado 1,5km
a Sudeste e que apresenta um quadro cronológico que lhe poderá ser
contemporâneo (Valera, Miguel, 2025). Ainda não são muitos os recintos de
fossos de pequenas dimensões que têm contextos funerários potencialmente coevos
nas suas imediações. Mas desconfio que isso resultará sobretudo da forma como
este “mundo em negativo” passado tem vindo a ser tratado pelo presente.
Pedrosa, N. (2019) - Plantação
de Culturas no Prédio Rústico Alvarrão do Rosal (Pias, Serpa, Beja). Sondagem
arqueológica_ROSAL1`19. Relatório Final.
Valera, A.C.; Miguel, L. (2025) - Monte da Guarita 2. Um
hipogeu da primeira metade do 3º milénio a.C. (Pias, Serpa). Era Monográfica 8. Lisboa. Nia-Era.
Serpa is one of the Alentejo municipalities
with a high density of ditched enclosures. In 2019, as part of yet another
agricultural reconversion, a new site was identified and intervened in two
surveys, with the incomprehensible habit of not requesting a geophysical survey
which, demonstrably (what else needs to be done and published?), is fundamental
for the delimitation of this type of site, for its research and even for its
public dissemination. We are therefore unaware of the characteristics of the
architectural design, size and complexity of this enclosure. Still, it was possible
to get an idea of the type of ditches present and the generic chronology of occupation,
which points to the Chalcolithic (Pedrosa, 2019), possibly the first half of
the 3rd millennium BC. This is the Rosal 1 enclosure. Its proximity to a
hypogeum (Monte da Guarita 2) located 1.5 km to the southeast is interesting,
and it presents a chronological framework that could be contemporary with it
(Valera, Miguel, 2025). There are still not many small-scale ditch enclosures
that have potentially coeval funerary contexts in their vicinity. But I suspect
that this will mainly result from the way this past “negative world” is being
treated by the present.
Pedrosa, N. (2019) - Plantação
de Culturas no Prédio Rústico Alvarrão do Rosal (Pias, Serpa, Beja). Sondagem
arqueológica_ROSAL1`19. Relatório Final.
Valera, A.C.; Miguel, L. (2025) - Monte da Guarita 2. Um
hipogeu da primeira metade do 3º milénio a.C. (Pias, Serpa). Era Monográfica 8. Lisboa. Nia-Era.
No comments:
Post a Comment